A Preguiça e o Carcará























Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” ( Deuteronômio 30:19)

Carcará, lá no sertão, É um bicho que avôa que nem avião. É um pássaro malvado, tem o bico volteado que nem gavião. Carcará Vai fazer sua caçada. Carcará quando vê roça queimada sai voando e cantando, Carcará comeinté cobra queimada. Mas quando chega o tempo da invernada, no sertão não tem mais roça queimada carcará mesmo assim não passa fome comeinté os burregos que nascem na baixada.
          A música tradicional do repertório brasileiro louva a ave tão preparada e forte que no meio de tantas adversidades ainda consegue obter sua dignidade. O carcará nasceu para alcançar os vôos mais altos. É a ave mais determinada e perseverante dentre todas as encontradas por aqui. Ele vive no alto, pois é do alto que vem o poder de restauração em seu ciclo de vida. A visão é a sua ferramenta mais poderosa. É oito vezes maior que a de um ser humano, pode enxergar a sua caça num raio de até 1,5Km de distância. Além da visão aguçada, é forte, a cabeça pode girar em até 180 graus. Os  bicos também são fortes, a língua é dura como a pedra. Mas, aos 40 anos, começa a envelhecer. Então passa pela decisão mais importante de sua vida: morrer ou continuar vivendo.

          Como o carcará muita gente aparentemente bem preparada se perde na hora das escolhas. A vida do ser humano é uma vida de escolhas. Muitos já se foram porque fizeram a escolha errada baseados em propósitos errados e sem objetivos concretos. A cada momento temos de escolher entre caminhos e atitudes que farão a diferença na vida. Pode ser uma boa escolha, ou uma má escolha. O bem ou o mal? A bênção ou a maldição? A vida ou a morte?

          A natureza boa de Deus na criação é também para os seus filhos, é tão somente o bem, a bênção e a vida! As escolhas que fazemos, parecem ser nossa vontade prevalecendo, mas, Deus de antemão prepara a sua vontade para que conheçamos sua bondade, misericórdia e providência. Não como marionetes nem robozinhos, mas como quem ama a Deus. Voltando ao exemplo da águia, a natureza dela, contudo, não lhe dá motivo para escolher a primeira opção. Ela vai escolher a VIDA! Então é ai que ela se retira para renovar, reviver, nascer de novo. Nasce um novo tempo, um novo bico, novas unhas e novas penas. Ela alonga a sua vida em mais trinta anos depois dessa decisão de se renovar.

          Vi da minha varanda um bicho preguiça. Olhei  por quase meia hora. Desisti, isso é entediante como assistir a tinta secar. Em quase meia hora, se mexeu duas ou três vezes. Depois, brincando com meus sobrinhos, quando meu xará, perguntou “tio, o bicho preguiça te falou alguma coisa?” respondi, “sim, ele falou eu sou você amanha”. Aí fiquei com a pulga atrás da orelha. Diante de Deus, quanto a mim, vejo uma tremenda necessidade de levantar, chacoalhar, enrijecer os músculos e, em obediência, reproduzir aos outros a graça recebida. 

          Quando a gente pensa que somos parte do corpo e relacionamos a nossa identidade com a igreja, identificamos o inicio da igreja primitiva na perseverança da doutrina dos apóstolos, enquanto que, na verdade o princípio é obedecer perseverantemente como os apóstolos perseveravam em obediência. A doutrina é a obediência, e esta obediência é na verdade constância. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Atos 2.42). De nada adiantaria a doutrina dos apóstolos, a comunhão, o partir do pão e as orações sem antes a perseverança. Para não confundir os termos, perseverança, é mais usado no sentido da perseverança de Deus para o homem. Vamos chamar esse traço de caráter de constância. Constância é a habilidade adquirida de permanecer firme (constante) e sempre. É a reação da fé que damos a Deus em gratidão por sua Graça. 

          Várias vezes a Bíblia nos alerta do perigo de começar bem a caminhada cristã e acabar terminando de maneira equivocada ou deturpada. Um exemplo disto foi o rei Uzias, que começou a reinar em Judá ainda bem moço, com dezesseis anos de idade, tinha a aprovação popular, fazia o que era reto aos olhos do Senhor, teve um exército de 307.500 homens de guerra, fortaleceu e fez prosperar o reinado de Judá, mas que, infelizmente terminou os seus dias leproso, solitário, separado da família, dos amigos, e da mesa do Senhor. (2Crônicas 26.1-23).

          Que horrível descobrir que pessoas podem começar bem e terminar mal.  E que, o sucesso como fracasso estão vinculados à perseverança ou em sua ausência.
Não quero terminar mal. Não quero ter remorso. Quero endireitar o caminho. Sentimento, bem agora é o mesmo de Olavo Bilac quando escreveu:

Remorso

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.

Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! Com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!

Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,

Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

          Meu irmão mais velho do que eu me chama a atenção à constância. Como um soldado na batalha que não pode dormir nem descansar. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos se é que és sábio (Provérbios 6.6).

          Constância é a qualidade de não desistir jamais diante das circunstâncias adversas, mas insistir até cumprir com seus planos, alvos e objetivos; é também sinônimo de perseverança e firmeza, sobre isto, Paulo disse: “Fortalecidos com todo poder, de acordo com a força da Sua glória, para que tenham toda a perseverança e paciência.” (Colossenses 1.11).

          De modo que, a constância é uma forma da manifestação da graça de Deus, que gera estabilidade no caminhar do cristão, independente das intervenções externas ou internas, ou até mesmo da providencia de Deus, que visa provar a nossa esperança em Cristo Jesus, que se manifesta pela nossa obediência.
Recebi uma mensagenzinha na minha rede social, que apresentava um filhotinho de urso todo sujo e uma frase dizendo:, “É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.”

          O que proporcionará a cada cristão a conservação da alegria no coração, o primeiro amor em Cristo, e a esperança da glória, certamente será a graça da perseverança, que proporciona resistência e estabilidade na caminhada da vida, conduzindo cada discípulo de Cristo ao glorioso ápice externado pelo apóstolo Paulo – “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2Timóteo 4.7,8).

Daniel

Comentários

  1. fernando dal molin
    Sep 24, 2013
    1

    BOM TE VER DENOVO IRMÃO E AMIGO DANIEL SE DAVI NÃO ME PASSARA O LINK JAMAIS DESCOBRIRIA COM ESSE VISUAL

    SEMPRE ME LEMBRO COM CARINHO DE VC E TUA FAMILIA E NUNCA DEIXO DE ORAR POR VOCES E TEU MINISTERIO

    ESTOU EM BELHO HORIZONTE MINAS GERAIS ME ADD NO FACEBOOK HUMANIZAR BRASIL E FERNANDO NASHRUDIM

    FOI BOM TE ENCONTRAR E VER QUE ESTAS BEM UM ABRAÇO FRATERNO E CRISTÃO

    FERNANDO DAL MOLIN ARGENTINO (ninguém é prefeito ne)

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  2. Comentário de Marta Razzo no FB em Sep 22, 2013 -- É isso aí! Continue escrevendo, não desista!

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