Cuidado, igreja à frente!



Vinte anos atrás  (dezembro de 1998), Márcia e eu fizemos nosso caminho para a lua de mel mais maravilhosa que já tivemos (nossa única). Estávamos viajando de Brasília a Porto Seguro, na Bahia. No caminho, através de colinas perigosas e curvas íngremes, enquanto nos aventurávamos na serra do mar, tivemos nossa primeira experiência de medo juntos, na mata atlântica; Quando a estrada se transformou em caminhos baixos, entre gritos e sustos, nós rimos dos sinais e placas que vimos no caminho. O primeiro foi normal: "Cuidado, perigo à frente". Tudo bem, essa placa é conhecida,  estava ok, eu supus. Mas continuaram aparecendo no caminho, algo a ser levado mais a sério (e risível ao mesmo tempo).
As próximas placas alertavam: “Defeitos na pista” e "Motorista, não se iluda, essa estrada é muito perigosa". -- E então: "Atenção – Pista Molhada - Ascenda os faróis e mantenha distância”. Começavam os risos, e eu à direção, já me preocupava um pouco ao ver os vestígios de acidentes já escritos no asfalto esburacado. “Buracos na pista - MESMO”, dizia a placa. A próxima:  “Verifique os freios pelo amor de Deus!” e Uma que nos fez pensar um pouco mais...“Animais na pista - idiotas no volante - MESMO”.- Pior que era mesmo! “Ultrapassar: só se tiver certeza que não vem outro carro” e ainda mais um insulto: “Não dirija como um animal, os bichos agradecem!” -- “Pelo amor de Deus - Não corra, não mate, não morra!” , “Se beber, durma, não dirija”. Se não adiantasse apelar para Deus, algum baiano deve de ter sugerido a próxima placa, que dizia: “O DIABO ATENTA – A FACA ENTRA: Ao dirigir na chuva, por favor não inventa” -- E finalmente: "Respeite a sinalização, quem chega ao destino é você".

Esses sinais realmente estavam lá. Não sei se faziam parte de alguma campanha para alertar os motoristas para uma direção mais segura ou se o engenheiro de trânsito tinha a sensação de tornar esses avisos muito francos. Na verdade, aliviei meu pé do pedal e prestei bastante atenção nas placas e no que elas me alertavam. Chegamos em segurança ao nosso destino, e vivemos para contar essa história sobre o caminho até lá, vinte anos depois (e felizes para sempre).

Vinte anos como ministro ordenado da Palavra e dos Sacramentos, eu às vezes penso que deveria ter sinais também para o ministério que dizem CUIDADO COM A IGREJA, eis a razão do título deste artigo. O título desta redação pode parecer bastante incomum. Afinal, nós suporíamos que a igreja fosse um lugar seguro, certo? No entanto, infelizmente, a igreja tem sido, por vezes, um lugar onde muitos têm experimentado feridas em vez de cura. De fato, as estatísticas mostram que uma grande porcentagem de pessoas que deixam de frequentar a igreja o fazem por causa de algum tipo de ofensa ou prejuízo aos sentimentos acidentais que aconteceram ali. Às vezes, isso ocorre por causa da insensibilidade da igreja; outras vezes, as pessoas são culpadas por serem muito sensíveis ou, por deficiência espiritual, suscetíveis a mal-entendidos.

Em todo caso, é triste que tais experiências ocorram, porque a igreja é uma parte indispensável da vida do crente. Não apenas fornece um lugar para adorar, servir e aprender sobre Deus, mas também é uma comunidade onde os crentes podem praticar o amor para com seus irmãos, como a Bíblia requer; "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” (1João 1.7)

Faça o que fizer, não desista da igreja. Que, por ser noiva de Cristo, é a única agencia dos céus na terra. Deus exige que você seja fiel a ele e seja responsável perante seus líderes espirituais. (Veja Hebreus 10.25; 13.17). Na viagem que fazíamos rumo à nossa lua de mel, desistir nunca foi uma opção. Márcia e eu tínhamos certeza de que nosso primeiro tempo juntos valeria cada susto ou obstáculo. Se você foi ferido na igreja, não fuja - mas equipe-se com a proteção da Palavra de Deus. Você pode não ser capaz de impedir que coisas ofensivas aconteçam, mas aplicando os princípios de Deus você pode impedi-los de ferir você". Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço” (Salmos 119.165). Assim como Márcia e eu lemos as advertências no caminho para nossa lua de mel, há sinais de advertência que os cristãos devem ler ao entrar na igreja local e visível, que é o veículo que os eleitos devem seguir no único caminho, verdade e vida, que é Cristo. E ninguém vai a Pai, se não por ele! (Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14.6). 

Talvez, se alguém lesse as seguintes placas de advertências e ordenanças no caminho, poderia experimentar a verdadeira felicidade e o cumprimento das promessas de Deus.

“Defeitos na pista” 
A definição de desapontamento é "o fracasso em atingir as expectativas de uma pessoa". Não espere coisas da igreja ou do pastor que eles não possam cumprir, ou que a Bíblia não ensine. Muitas expectativas têm a ver com “tradições” pré-concebidas que passamos a associar a uma igreja, talvez de outra irmandade que frequentamos ou crescemos, etc. É uma boa ideia encontrar-se com o pastor e perguntar o que você pode esperar de seu ministério e da igreja. Não se pode esperar a segurança de uma interestadual ou de uma rodovia federal confinada numa pequena estrada vicinal.

Evite desenvolver expectativas irreais da igreja - “Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança.” (Salmos 62.5)

Ocasionalmente, as pessoas ficam desapontadas quando descobrem que sua igreja não pode suprir todas as suas necessidades terrenas. A maioria dos pastores e igrejas tenta ajudar as pessoas de todas as formas possíveis - especialmente os necessitados durante crises e emergências. Mas algumas pessoas esperam que a igreja satisfaça todas as suas necessidades materiais ou pague suas contas como a igreja primitiva fazia. Infelizmente, isso simplesmente não é possível, a menos que todos concordem em vender todas as suas propriedades e posses e entregá-las à igreja, como os primeiros crentes (Atos 4.34-35). A maioria das igrejas seria abençoada se todos simplesmente entregassem os seus dízimos. No entanto, as estatísticas mostram que apenas uma pequena porcentagem dos frequentadores da igreja dá o dízimo integral regularmente.

Tampouco é realista esperar que o pastor passe todo o seu tempo com você, para participar de todas as funções sociais ou para que ele lhe mostre atenção constante. Em vez disso, aprenda a colocar suas expectativas em Deus - Ele sempre será fiel às suas promessas em sua Palavra, e nunca o decepcionará.

"Motorista, não se iluda, essa estrada é muito perigosa" 
Percebendo que qualquer ser humano pode falhar, o grau de confiança que depositamos nas pessoas deve ser limitado e dependerá de seu histórico. "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” (Jeremias 17.5). Muitas vezes, olhamos para a primeira parte desse versículo, e esquecemos a segunda parte. Não devemos depositar a confiança em pessoas, mas também não podemos deixar de confiar em Deus. Uma das coisas pelas quais confiamos no Senhor, é que ele nos cerca de pessoas transformadas pelo seu Espirito. Quanto mais conhecermos o caráter de uma pessoa e a história de seu comportamento, poderemos determinar o quanto ela é confiável. Esta é uma das razões das escrituras nos dizer para conhecermos nossos pastores e líderes espirituais - assim, a partir de seu estilo de vida piedoso, poderemos confiar em sua liderança. “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam;”(1Tessalonicenses 5.12)

Não coloque uma confiança absoluta nas pessoas - "Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor!” (Jeremias 17.5)

Acorde para o fato de que todos são humanos e falharão com você em algum momento ou outro. Até o pastor cometerá erros. O único em quem você pode confiar inteiramente, sem falhas, é Deus.


Há uma diferença entre "amor" e "confiança". É possível amar e perdoar alguém sem colocar uma confiança absoluta neles. Para ilustrar isso, digamos que haja um motorista de ônibus escolar com problemas com bebida. Um dia, enquanto transporta uma carga de crianças, ele fica intoxicado, destrói o ônibus e mata todas elas. Como o único sobrevivente do acidente, ele se volta para a igreja para buscar o perdão de Deus por esse horrível ato de irresponsabilidade. Se ele se arrepender de seu pecado, Deus o perdoará? Absolutamente. A igreja deveria amar e perdoar essa pessoa? Claro. E se ele se voluntariasse para dirigir o ônibus da igreja para nós? Confiamos nele? De jeito nenhum! Seria impensável colocar uma pessoa no banco do motorista que tenha mostrado negligência recente. Certamente nós o amamos e o perdoamos, mas por causa do fraco histórico deste homem, não podemos arriscar a vida de nossos passageiros. Durante um longo período de sobriedade e condução segura, essa pessoa pode provar que é novamente confiável. Principalmente se o caminho for tão difícil, perigoso e tortuoso, como o caminho pra lua de mel.

Lembre-se de que o amor e o perdão são concedidos incondicionalmente, mas a confiança deve ser "conquistada". Confiança é adquirida nas ações de uma pessoa. Certamente podemos e devemos confiar em pessoas que demonstram um comportamento confiável, mas, como todos os homens têm o potencial de fracassar, nunca devemos colocar um senso infalível de confiança em ninguém, a não ser em Deus.

“Atenção – Pista Molhada - Ascenda os faróis – Mantenha distância” 
A Bíblia ensina que todos os cristãos devem "falar a mesma coisa" para que haja unidade no corpo de Cristo (1Coríntios 1.10). A única possibilidade dessa tal união é quando os cristãos se concentram na base comum que é Cristo e sua Palavra. Isto é, precisamos "dizer o que a Palavra diz", deixar a Palavra falar por si mesma e não tentar promover opiniões diversivas sobre ela (a pista está molhada, ascenda os faróis!). Nas escrituras, vemos que Paulo instruiu Timóteo a “Pregar a Palavra”, não suas opiniões (2Timóteo 4.2). Um pregador precisa ser um entregador da mensagem de Deus, não um comentarista dela. Esse é o trabalho do Espírito Santo (1João 2.27).

Antigamente, a mídia de notícias jornalísticas era obrigada a obedecer a um código de ética muito rígido. Deveriam relatar os fatos da notícia com precisão, sem acrescentar sua opinião ou comentário. No entanto, com o passar do tempo, a reportagem tornou-se menos factual e mais opinativa - corrompida com rumores e fofocas, ao invés de informações reais. Repórteres evoluíram para comentaristas, que manipulam o que as pessoas pensam sobre as notícias. Como os repórteres, os pregadores precisam fixar nos fatos no que a Bíblia diz, e no que a Escritura exige.

Concentre-se no terreno comum - “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.” (1Coríntios 1.10)

Evite tornar-se altamente opinativo. As opiniões são as interpretações e ideias dos homens, que, se pressionadas constantemente sobre outras pessoas, podem causar divisão ou promover debates e disputas pecaminosas (Romanos 1.29). As pessoas com opinião tendem a se machucar quando os outros discordam delas.

Naturalmente, todo crente tem suas próprias convicções sobre muitas coisas, mas se você tentar continuamente empurrar suas opiniões goela a baixo, o conflito eventualmente surgirá. Evite a controvérsia sobre as passagens que possam parecer vagas e estimulam muitas interpretações – Lembre-se, Bíblia interpreta Bíblia. Nós temos livre exame das escrituras, mas nem a igreja, nem os pastores, (muito menos o Papa) nem ninguém tem o direito de dizer “ao meu ver...” Esta bravata deve ser uma placa de aviso para manter a distancia de quem a diz. Permaneça firme naquelas verdades básicas comuns - Jesus, sua vida, morte e ressurreição - e não acrescente ao que a Palavra de Deus diz. “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” (Provérbios 30.5,6)

Buracos na pista - MESMO” 
É notável considerar que o apóstolo Paulo confessou abertamente que ele não era perfeito. Como nós, ele experimentou lutas em sua carne para fazer as coisas certas. Se um dos principais autores de escrituras e apóstolos da igreja primitiva admitiu isso, não deve parecer muito estranho se encontrarmos outros irmãos e irmãs na igreja lutando com imperfeições também.

Como as igrejas são feitas de pessoas como você e eu, que têm imperfeições, nunca haverá uma igreja perfeita (por isso é que a chamamos de Igreja militante e  não de Igreja Triunfante).  A menos que as pessoas entendam isso, terão uma visão irrealista da igreja e acabarão se tornando desiludidas e magoadas.

Não espere que nenhuma igreja seja perfeita - "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.”(Romanos 7.18,19)

Um dos trabalhos do ministério da igreja é ajudar a aperfeiçoar os santos - como um hospital espiritual, onde as pessoas vão para melhorar. Em vez de se ressentirem das pessoas na igreja por suas falhas, sejam gratos por estarem tentando crescer em Cristo para melhorar. Não apenas aprender o COMO amar, mas aprender a amar e aceitar as pessoas pelo que elas são - elas não são mais perfeitas do que você.

Assim como foi dito de beleza, a imperfeição está nos olhos de quem vê. Uma pessoa com uma atitude negativa pode encontrar falhas onde quiser. Em contraste, a pessoa com uma perspectiva positiva pode sempre encontrar o bem e a beleza nas coisas. A pessoa bem ajustada na igreja deve procurar as coisas boas e encorajadoras, como a Bíblia ensina (Filipenses 4. 8). Aqueles que vivem no negativo ou continuamente encontram falhas na igreja acabarão se machucando.

“Verifique os Freios Pelo amor de Deus!” 
Tenha uma atitude humilde e mansa como Cristo (Mateus 11.29, Romanos 12.3). Além de ser desagradável, o orgulho e a arrogância o prepararão para uma queda (Provérbios 16.18). Não se promova, faça campanha ou se esforce para obter uma posição indicada ou eleita. Deus é aquele que coloca as pessoas em tais posições, e, a menos que ele faça, fique longe dessa competição. Levante o Senhor em tudo o que disser e falar. Não se gabe ou fale sobre você. “Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória; mas o que busca a glória daquele que o enviou, esse é verdadeiro, e não há nele injustiça.” (João 7.18)

Não procure promover a si mesmo ou à sua própria agenda - “Não levanteis a vossa fronte altiva, nem faleis com cerviz dura. Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação. (Salmos 75.5,6)

Evite a armadilha de presumir que suas opiniões são sempre divinamente inspiradas ou indiscutíveis. Compartilhe suas sugestões e ideias com os líderes da igreja, mas não pressione suas opiniões ou agenda pessoal. Às vezes, as pessoas sentem que todas as suas ideias vêm de Deus. Eles podem tentar adicionar força às suas sugestões ou reclamações dizendo “Deus me disse isso”. De fato, Deus fala aos seus filhos, mas você não será a fonte exclusiva pela qual Deus se revela em um assunto. Se as suas opiniões realmente vêm de Deus, a Bíblia diz que outros testemunharão a isso, especialmente seus pastores e líderes (2Coríntios 13.1, 1Coríntios 14.29). (Você nem precisará invocar o nome de Deus - eles poderão dizer se suas ideias vieram dele. Seja cauteloso, para que você não se encontre usando o nome dele falsamente, uma coisa muito perigosa - Êxodo 20.7). Os presbíteros e pastores são representantes numa cadeia de comando ordenada, e se quiserem levar algo para toda igreja, darão testemunho com os responsáveis.

“Animais na pista - Idiotas no volante  - MESMO” 
Quando vai à igreja, você deve tentar dissocia-la dos outros problemas pessoais com os quais você lida. A maioria dos sentimentos feridos em uma igreja resulta de feridas e sensibilidades que as pessoas carregam consigo. Esse tipo de sofrimento emocional pode criar “percepções distorcidas” que podem impedir que você veja a realidade da mesma maneira que os outros. Coisas como baixa auto-estima, abuso quando criança, problemas conjugais, ofensas pessoais, conflitos familiares, uma raiz de amargura, problemas de saúde ou insatisfação no trabalho podem distorcer sua interpretação de palavras e ações. Você pode imaginar que as pessoas não gostam de você (paranoia) ou interpretar mal palavras bem intencionadas, como se fossem uma ofensa.

Evite culpar a igreja por problemas pessoais - “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti." (Isaías 26.3)

Problemas triviais parecerão grandes problemas. A culpa pela infelicidade pode ser transferida para a igreja, seus líderes ou pessoas especificas. Você pode atacar os outros ou ser rápido em encontrar falhas na igreja. Lembre-se disto: não tire conclusões precipitadas sobre qualquer coisa, porque as coisas geralmente não são tão ruins quanto parecem.

“Ultrapassar: só se tiver certeza que não vem outro carro” 
Muitas feridas podem ser evitadas se percebermos que as pessoas geralmente reagem a como a tratamos. Faça um exame minucioso da maneira como você diz as coisas, ou até mesmo do quanto você fala. "Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo da multidão das palavras." (Eclesiastes 5.3). Não seja grosseiro e indelicado. Verifique sua atitude, para que você não seja arrogante e autoritário - as pessoas serão desligadas e tentarão evitá-lo. Tem gente que diz: Sou apenas honesto!” então eu respondo, “Seja honesto, mas não seja sem educação”

Trate os outros como você deseja ser tratado - “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.” (Mateus 7.12)

Os seres humanos tendem a ser criaturas "recíprocas". Ou seja, eles refletem a maneira como são tratados. É por isso que Jesus nos deu a regra de ouro: “Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você”. O modo como a maioria das pessoas interage com você é resultado direto de como você interage com elas. Se você tem uma carranca no rosto, você não vai ter muitos sorrisos. Se você oferecer simpatia, ela geralmente será oferecida de volta (Provérbios 18.24). Seja gracioso, encorajador e uma bênção para os outros. Se você tiver uma atitude negativa e crítica em relação às pessoas, isso tenderá a gerar uma atitude crítica em relação a você. “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão.” (Lucas 6.37)

“Não dirija como um animal, os bichos agradecem!” 
A falta de respeito adequado à autoridade é um problema comum hoje em dia. As pessoas não querem ouvir sobre o que fazer ou ser corrigidas se estiverem erradas. Esta é uma das razões pelas quais a igreja moderna está produzindo tantos crentes imaturos. Quando algumas pessoas ouvem algo de que não gostam, ou são corrigidas de alguma forma, elas simplesmente fazem as malas e vão para outra igreja, ou ficam pulando de igreja em igreja, até encontrarem uma que diga coisas que gostam de ouvir. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;”(2Timóteo 4.3)

Tenha uma atitude receptiva e cooperativa - “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hebreus 13.17)

A Bíblia ensina os crentes a serem cooperativos e submissos aos seus líderes espirituais - algo que não é possível. a menos que o crente esteja comprometido com uma igreja e responsável perante um pastor local. A responsabilidade para com um pastor piedoso é parte da ordem de Deus para o crescimento espiritual de todo cristão. A Palavra de Deus dá ao pastor autoridade para organizar e manter a ordem da igreja, e ensinar a verdade de Deus, corrigir e disciplinar quando necessário para manter seu rebanho responsável aos princípios bíblicos. No encorajamento de Paulo aos ministros, ele declarou: “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. (2Timóteo 4.2). (Veja também 2Timóteo 3.16, Tito 2.15, 1Timóteo 5.20.)

Enquanto você for parte de qualquer igreja em particular, você deve aceitar que o pastor e os líderes estão no comando. Independentemente de quão desqualificado você possa pensar que sejam, Deus os reconhece como a autoridade naquele corpo e os responsabilizará por esse fardo. Consequentemente, Deus responsabiliza você por respeitar sua autoridade, orar por eles e cooperar - não ser rebelde e desobediente.

Seja sempre cooperativo, disposto a se humilhar. Se você tem uma atitude rígida e inflexível na igreja, provavelmente se machucará.

“Pelo amor de Deus, Não corra, não mate e não morra!” 
Não fale mal de ninguém! Uma vez, quando Paulo foi punido por pregar o Evangelho, sem saber condenou Ananias, o sumo sacerdote, que havia ordenado que o apóstolo recebesse os açoites. No entanto, quando Paulo percebeu quem ele era, pediu desculpas por falar contra Ananias, sabendo que é proibido falar contra o representante de Deus - apesar do fato de que o tratamento de Paulo por Ananias estava errado (Atos 23.5). É um assunto sério “tocar” nos ungidos de Deus - seja com nossas palavras ou nossas ações. Embora hoje, não tenhamos mais a figura do ungido como a figura sacerdotal, pois o SUMO SACERDOTE recebeu o título de ungido. O principio vétero testamentário de respeito aos líderes continua em vigor. Por mais imperfeitos que possam ser, eles são seus representantes. “Ele não permitiu que ninguém os fizesse erradamente; Sim, ele repreendeu os reis por causa deles, dizendo: “Não permitiu a ninguém que os oprimisse, e por amor deles repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas.” (Salmos 105.14,15) e ainda “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas. Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.” (1João 2.19-21)

Não se oponha ou dificulte a igreja - “Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.” (Provérbios 6.16-19)

Uma das coisas que Deus menos gosta é daqueles que semeiam a discórdia - que criam divisão e conflito no corpo de Cristo. Não sejam fofoqueiros, murmuradores ou briguentos. Se você estiver insatisfeito com a igreja de alguma forma, ofereça sua ajuda para fazer melhorias, ore por ela ou, como último recurso, encontre outra igreja com a qual seja mais feliz - mas nunca se torne uma fonte de agitação ou impedimento.

Se um ministro fez algo errado de alguma forma, não se incrimine, respondendo de uma maneira anti-bíblica - não o ataque, retalie com rumores contra ele ou corra atrás dele pelas costas. Você deve ir confrontá-lo em particular, de acordo com a forma escriturística descrita em Mateus 18.15-17. Se a primeira e a segunda tentativas não trouxerem uma solução, leve o assunto ao corpo espiritual, como a junta da igreja, conselho, presbitério ou superintendentes denominacionais aos quais ele responde - qualquer correção ou disciplina deve ser deixada para eles. Tenha em mente que uma acusação contra um ministro é uma questão séria e não será aceita a menos que o assunto possa ser comprovado por outras testemunhas (1Timóteo 5.19).

Quando as coisas não são como deveriam ser na igreja ou com sua liderança, há maneiras honrosas de ajudar a promover melhorias ou resolver iniquidades. No entanto, é antiético se opor à igreja ou atacar sua liderança, e as pessoas que o fizerem, provavelmente acabarão feridas, amarguradas ou possivelmente piores.

“Se beber, durma, não dirija” 
Quando alguém te ofende, Jesus diz que você deve primeiro ir até ele ou ela e confrontá-lo em particular. A maioria das ofensas na igreja resulta de mal-entendidos, e muitos poderiam ser rapidamente resolvidos se as partes ofendidas fossem até a fonte e descobrissem os fatos. Infelizmente, algumas pessoas ofendidas apenas absorvem a ofensa silenciosamente, enquanto se tornam amargas e ressentidas. É importante, e uma questão de obediência à sua Palavra, que tais questões sejam confrontadas, para que (1) você não se torne amargo e se retire da igreja, (2) que o ofensor seja responsabilizado e não repita suas ofensas, o que poderia prejudicar a fé dos outros, e (3) para que o agressor que perpetrou o pecado possa se reconciliar com Deus. Se eles não cooperarem com seu primeiro esforço privado, você deve tentar uma segunda vez, levando testemunhas com você. Finalmente, se não houver sucesso, entregue-o à liderança da igreja.

Esteja comprometido com a franqueza e a verdade - “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. (Mateus 18.15-17)

Você nunca deve tomar um lado de uma história e aceitá-la como fato, sem verificá-la com a outra parte. Há sempre dois lados para uma história. As escrituras abordam esse mesmo problema, que antes de acreditarmos em um boato, devemos investigar cuidadosamente, para verificar todos os fatos. "... então você deve perguntar, procurar e pedir diligentemente ... se é realmente verdade e certo que tal abominação foi cometida entre vocês ..." (Deuteronômio 13.14).

Sem dúvida, não é possível ter um relacionamento com um grupo de pessoas sem mal-entendidos e ofensas ocasionais. E a menos que você se comprometa a confrontar essas questões da maneira descrita por Jesus, você será ferido na igreja.

Seja dedicado ao amor e ao perdão - "Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo.” (1João 2.10)

Os cristãos evitarão muitos problemas se apenas se comprometerem com um amor incondicional por seus irmãos. A prática de amar os irmãos - todos os irmãos, não apenas os amáveis - nos impede de tropeçar. Nunca se esqueça de que Jesus se alegra com as orações por nossos irmãos em Cristo. Não acuse seu irmão de ser uma pedra de tropeço. Apenas não tropece nele! Quando amamos até mesmo o “menor” de nossos irmãos, Jesus aceita esse amor para si mesmo (Mateus 25.40). Você não pode amar o Senhor mais do que ama ao menor no corpo de Cristo. “Se alguém diz, eu amo a Deus e odeia seu irmão, ele é um mentiroso; porque aquele que não ama a quem ele viu, como pode amar a Deus a quem não viu? ”(1João 4.20).

Seja rápido em perdoar e não guardar rancor. A falta de perdão e amargura é uma das maiores razões pelas quais as pessoas se machucam na igreja e, provavelmente, a maior causa de apostasia. Lembre-se de que a falta de perdão é um dos seus maiores inimigos. Se você se recusar a perdoar, isso resultará em que Deus não perdoe seus pecados e significa que você nunca foi escolhido por Deus! “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6.14,15)

“O DIABO ATENTA – A FACA ENTRA : Ao dirigir na chuva, por favor não inventa” 
Uma das grandes características do corpo de Cristo é cuidar dos fardos e sofrimentos do outro. No entanto, à medida em que procuramos consolar e encorajar amigos que foram ofendidos, podemos ser tentados a tomar sua ofensa contra outra pessoa. Em solidariedade, tendemos a tomar sua parte contra o pastor, a igreja ou quem quer que culpem pela ofensa. Isto é muito insensato e uma coisa não escriturística para fazer, considerando que seu amigo pode ser a causa de sua própria ofensa. Seus sentimentos feridos podem ser devidos a um mal-entendido, uma diferença de opinião, sua própria atitude rebelde, instabilidade emocional - ou ele pode ser infantil e imaturo. Há sempre dois lados em uma história, não desenvolva uma opinião baseada em apenas um lado ou sem todos os fatos.

Não se deixe envolver pelas ofensas dos outros - "SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração. Aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo;” (Salmos 15.1-3)

Às vezes, as pessoas ofendidas buscam a simpatia de ouvintes ingênuos. Eles vão defender seu caso, derramando seu coração sangrento de injustiça. O objetivo deles é procurar pessoas que os ajudem, apoiem sua opinião e defendam a sua ofensa contra a outra parte. Você deve amar e encorajar um amigo com sentimentos feridos, mas reserve sua opinião para si mesmo e leve a sua preocupação a Deus em oração. Evite tomar partido para não ser participante dos pecados de outros homens, ou você também se ofende e magoa com a igreja.

"Respeite a sinalização, quem chega ao destino é você" 
Sentimentos de foco pessoal de um sermão podem ocorrer se as pessoas estiverem (1) sob convicção sobre um assunto específico, (2) especialmente autoconsciente, (3) sob sofrimento emocional, (4) se passarem muito tempo aconselhando-se com o pastor, ou (5) se ele já os corrigiu ou feriu seus sentimentos de alguma forma. Tenha em mente; do púlpito, um pregador não concentra sua atenção somente em uma pessoa. Sua preocupação é com a ampla gama de pessoas presentes.

Não personalize tudo o que é pregado - Obviamente, todo pastor prega com a esperança de que todos levem a mensagem pessoalmente e a apliquem à sua própria vida. "Se a carapuça servir, vista." No entanto, há sempre alguns que pensam que o ministro está apontando seu sermão especificamente para eles. Este é um mal-entendido comum, que faz com que as pessoas se machuquem.

Ocasionalmente, as pessoas acham que o pastor se concentra nelas, da mesma forma que elas se concentram nele. Quando um pastor fica na frente de uma congregação semana após semana, desenvolve um sentimento de amizade íntima com seus ouvintes - eles passam a conhecer detalhes pessoais de sua vida, sua família e outras características. No entanto, mesmo que o pastor conheça cada pessoa em seu rebanho, não é realmente possível que ele se concentre em cada um com o mesmo detalhe. É fácil para dezenas de pessoas conhecê-lo bem, mas não é realista que ele conheça dezenas de pessoas da mesma maneira. Consequentemente, alguns desenvolvem a ilusão de que o pastor se concentra neles quando prega - que ele se lembra de seus detalhes pessoais da mesma maneira que eles se lembram dos detalhes do pastor. Mas o pastor tem muitas outras pessoas para considerar. Ele aconselha dezenas de pessoas, ouve dezenas de problemas e detalhes semelhantes. Não é provável que ele separe alguém e pregue para eles, enquanto tenta ministrar a toda a congregação. Se há algo específico que o pastor precisa dizer somente a você, ele o entregará pessoalmente, em particular - não em dicas sutis de seu sermão. Isso também é verdade para o que ele escreve. Não é sobre você, mas é tudo sobre você! Mais uma vez, se a carapuça servir, use-a!

Além disso, é trabalho do Espírito Santo personalizar a Palavra de Deus para nós, para que possamos nos examinar e buscar nossos próprios corações. Quando o Senhor está lidando conosco em sua Palavra, pode parecer que o pastor está falando diretamente para nós. Às vezes, o Espírito Santo pode até mesmo orientar o pregador a dizer inconscientemente coisas que podem pertencer especificamente a nós. A melhor atitude a ter é ouvir cada mensagem objetivamente. Em todo sermão da Bíblia, Deus tem algo a dizer para todos nós. Esteja aberto a tudo o que o Senhor  dizer, disposto a aceitar sua correção ou orientação. A defensividade é, geralmente, um sinal de resistência à convicção.

A minha oração é que estes princípios o ajudem e encorajem em seu relacionamento com a igreja. Se você foi ferido ou simplesmente se afastou, peço-lhe que encontre a graça de Deus para perdoar aqueles que podem tê-lo ferido e retornar à comunhão do povo de Deus. Por mais desafiador que pareça às vezes, a igreja é o plano de Cristo para seu povo, e é aí que ele desenvolverá e amadurecerá você em um discípulo totalmente equipado de seu reino.

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