Cão policial flagra pastor no Japão



"Olha só aquele cão farejador, que gracinha! Pra ele é tudo uma brincadeira." Disse ao meu colega de 36 horas de viajem, enquanto aguardávamos a entrega da nossa bagagem. Para exibir meu conhecimento e experiência dos procedimentos policiais, continuei descrevendo: "Os cães têm o nariz 300 vezes mais eficazes do que os nossos! Possuem capacidade de detecção ideal para achar drogas escondidas nas bagagens". Entre outras conversas corriqueiras, típicas de aeroporto, avistamos o iniciar das esteiras, o que nos instou a movermo-nos para mais perto de outras bagagens. O cão policial se aproximou de mim. brinquei com ele um pouquinho e ainda disse ao parceiro dele que no meu país eu também era policial. Quando a minha mala chegou, o cachorrinho, que já estava alguns metros distante de mim, voltou-se para a minha direção. Ele brincou e pulou perto da minha bagagem, apontando que achara algo. Ai eu gelei! Já tinha ouvido muitas histórias de vítimas de outros contrabandistas, gente que nem sequer sabia que haviam trazido drogas entre seus pertences. Num inglês bastante correto, e assim mesmo difícil de entender, o fiscal pediu que eu fosse até o posto de revista. Pediu que eu abrisse uma das malas, e logo retirou três maracujás que eu estava trazendo para uma pessoa da igreja, a Eliana, mulher do Rafael. Eu não sabia que isso era proibido. Gomem no sai, onegaishimassu... eu disse, arriscando um japonês maroto. Ao que ele respondeu: "Damé desu!" Que quer dizer, "Isso não pode!" E confiscou a minha muamba sem procurar mais nada. Depois me concedeu a entrada no Japão. Eu tinha certeza de que não estava carregando qualquer contrabando, mas a minha certeza não era suficiente. Obviamente eu estava errado. 

Funciona assim com o pecado às vezes. Estamos tão honestamente enganados que negligenciamos o testemunho e quebramos as leis. O cão farejador de maracujás me deu um flagrante! Ó Moleque!

Na vida também e assim. Números 32.23b diz "...Sabei que o vosso pecado vos há de achar".

Me entristeci muito com uma notícia que vi essa semana. Dizia que mais de 400 oficiais de diversas igrejas haveriam de pedir demissão por serem flagrados em pecado, quando as informações de um site de pornografia americano foi hackeado, denunciando milhares de pessoas. Aqui não se trata de engano. Mais cedo ou mais tarde, o pecado nos encontra! É mister para o servo de Deus que confesse os seus pecados e seja liberto das suas garras. 

Romanos 14.12 afirma: Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus". Mas a segunda parte do problema é o escândalo e as consequências do mal testemunho. Como cristãos, devemos estar atentos às nossas atitudes, e muito pouco podemos quanto ás atitudes de outros irmãos que caem em pecado, trazendo à tona consequências graves ao ministério.

Muitas vezes, os crentes gostam de ouvir notícias sobre quem caiu em pecado. Ouvi uma vez uma esposa de pastor que queria até anotar o nome de duas pessoas metidas num escândalo para contar depois. "Me fala o nome desses pecadores, benzinho adora ouvir essas histórias", disse a jovem. 

O nono mandamento diz: "Não dirás falso testemunho contra o seu próximo" Êxodo 20.16. Geralmente associamos esse mandamento apenas com a mentira. Mas, será que a impressão que causamos nos outros a nosso respeito e a respeito dos nossos queridos não é um flagrante delito na caminhada com Cristo?

Deixo como conclusão, as perguntas 143,144,145 do Catecismo Maior de Westminster,  

143. Qual é o nono mandamento? 
O nono mandamento é: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” 
Ex 20.16.

144. Quais são os deveres exigidos no nono mandamento? 
Os deveres exigidos no nono mandamento são: conservar e promover a verdade entre os homens e a boa reputação de nosso próximo, assim como a nossa; evidenciar e manter a verdade, e de coração, sincera, livre, clara e plenamente falar a verdade, somente a verdade, em questões de julgamento e justiça e em todas as mais coisas, quaisquer que sejam; considerar caridosamente os nossos semelhantes; amar, desejar e ter regozijo pela sua boa reputação;entristecer-nos pelas suas fraquezas e encobri-las, e mostrar franco reconhecimento dos seus dons e graças; defender sua inocência; receber prontamente boas informações a seu respeito e rejeitar as que são maldizentes, lisonjeadoras e caluniadoras; prezar e cuidar de nossa boa reputação e defendê-la quando for necessário; cumprir as promessas lícitas; empenhar e praticar tudo o que é verdadeiro, honesto, amável e de boa fama. 
Lv 19.15; Ef 4.25; Pv 14.5; 17.9; 22.1; 25.23; 26.24, 25; 31.9; Sl 15.2-4; 82.3; 101.5; 119.158; IICr 19.9; Jr 9.3; 42.4; Jo 8.49; At 20.20, 27; Rm 1.8; ICo 1.4,5; 13.4-7; IICo 1.17, 18; 11.18, 23; 12.21; Fp 4.8; Cl 3.9; IITm 1.4, 5; IPe 1.8; IIIJo 3, 4, 12; Hb 6.9.

145. Quais são os pecados proibidos no nono mandamento? 
Os pecados proibidos no nono mandamento são: tudo quanto prejudica a verdade e a boa reputação de nosso próximo, bem assim a nossa, especialmente em julgamento público, o testemunho falso, subornar testemunhas falsas, aparecer e pleitear cientemente a favor de uma causa má; resistir e calcar à força a verdade, dar sentença injusta, chamar o mau, bom e o bom, mau; recompensar os maus segundo a obra dos justos e os justos segundo a obra dos maus; falsificar firmas, suprimir a verdade e silenciar indevidamente em uma causa justa; manter-nos tranqüilos quando a iniqüidade reclama a repreensão de nossa parte, ou denunciar outrem, falar a verdade inoportunamente, ou com malícia, para um fim errôneo; pervertê-la em sentido falso, ou proferi-la duvidosa e equivocadamente, para prejuízo da verdade ou da justiça; falar inverdades, mentir, caluniar, maldizer, depreciar, tagarelar, cochichar, escarnecer, vilipendiar, censurar temerária e asperamente ou com parcialidade, interpretar de maneira má as intenções, palavras e atos de outrem; adular e vangloriar; elogiar ou depreciar demasiadamente a nós mesmos ou a outros, em pensamento ou palavra; negar os dons e as graças de Deus; agravar as faltas menores; encobrir, desculpar e atenuar os pecados quando chamados a uma confissão franca; descobrir desnecessariamente as fraquezas de outrem e levantar boatos falsos; receber e acreditar em rumores maus e tapar os ouvidos a uma defesa justa; suspeitar mau; invejar ou sentir tristeza pelo crédito merecido de alguém; esforçar-se ou desejar o prejuízo de alguém; regozijar-se na desgraça ou na infâmia de alguém; a inveja ou tristeza pelo crédito merecido de outros; prejudicar; o desprezo escarnecedor; a admiração excessiva de outrem; a quebra de promessas legítimas; a negligência daquelas coisas que são de boa fama; praticar ou não evitar aquelas coisas que trazem má fama, ou não impedir, em outras pessoas, tais coisas, até onde pudermos. 
Gn 3.5, 12, 13; 4.9; 9.22; 21.9; 26.7, 9; Ex 23.1; Lv 5.1; 19.11,15-17; ISm 2.24; 22.9,10; IISm 12.13, 14; IRs 21.8; Is 5.23; 28.22; 29.20, 21; 58.1; 59.4, 13; Jr 9.3; 20.10; 48.27; Sl12.2, 3; 15.3; 22.9, 10; 35.15, 16; 50.20; 52.1-4; 56.5; 69.10; Pv 6.16, 19; 16.28; 17.15; 19.5; 25.9; 28.13; 29.11, 12; Dn 6.3, 4; Ed 4.12, 13; Mt 7.1, 3; 21.15; 26.60, 61; 27.28, 29; Lc 3.14; 18.11; Jo 2.19; 7.24; At 5.3; 6.13; 7.57; 12.22; Fp 3.18, 19; Cl 3.9; Rm 1.29-31; 2.1; 3.8; ICo 3.21; 6.10; 13.4, 5; Gl 4.29; 5.26; IITm 3.2, 3; 6.4; IIPe 2.2; Tg 2.13; 4.11; Tt 3.2; Jd 16.


Daniel

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