Meu Pai, o pescador...

Hoje é o 73º aniversário do meu pai, estamos tão distantes um do outro: eu moro no Japão, ele mora no Brasil ... Enfim, eu tenho pensado muito sobre ele nos últimos dias. Lembrando muitos dos momentos especiais que tivemos juntos. Meu pai gosta de pescar. Eu gosto mais da bagunça e da festa de pescaria do que dela em si. Gosto mesmo é de contar histórias das viagens de pesca e experiências da pesca, e até mesmo do peixe grande que alguns dos homens mais honestos do mundo encontraram. Gosto também de comer peixe...

Bem, eis uma história da qual me lembro: certa vez, quando fiz a minha primeira viagem - sozinho com a família de uma amigo -, a vó do meu amigo, Dona Wanda Carboni, mostrou as tilápias que se moviam no lago. Quando olhei para o lago à noite, tudo que pude ver e reconhecer foi o lampejo da luz dos postes na superfície da água. Então, imediatamente eu aprendi uma nova palavra.

Alguns dias se passaram, depois do meu retorno, e meu pai me convidou para pescar com ele. Eu ansiosamente perguntei que tipo de peixe nós íamos pegar, respondendo à minha alegria, ele disse que nós iríamos para algumas tilápias enormes. Diga o quê? Você é bobo? Todo mundo sabe que não existe jeito pegar uma tilápia.

Oh moleque! Quão estúpido um menino consegue ser? Em meu conhecimento autodidata, eu achava que as tilápias eram apenas o reflexo da luz na água.

A Bíblia descreve esse tipo de pensamento e comportamento como estultícia, tolice e estupidez. Tiago descreve esse conhecimento humano como algo oposto ao conhecimento do Senhor. Ele até chama esse tipo de atitude de “Eu sei o que sei e que sou sábio”, algo que é gerado a partir de uma sabedoria terrena animal e demoníaca. (Tiago 3,15)

Quantas vezes agimos assim! Eu sei que eu já agi assim, e, até hoje em dia, e às vezes eu escorrego e faço de novo. Mas Tiago também nos lembra que se alguém não tem o conhecimento de Cristo, ele pode pedir a Deus, e ele receberá (Tiago 1.5).

Jesus disse: "Siga-me e eu farei de você pescadores de homens" (Mateus 4.19). Se você não está pescando, não está seguindo! Nós pescamos pessoas ao falar sobre Jesus e que Ele é o único caminho para o céu.

A isca é o que atrai peixe. Se você quiser pegar um peixe, você deve escolher a isca certa. Diferentes tipos de peixe não mordem o mesmo tipo de isca. Um bom pescador sabe como o peixe em particular pensa que ele está tentando pegar, e que tipo de isca ele vai gostar. Se você for pescar os espadins em alto mar, você não os pegará usando minhocas. Eles querem um pedaço grande de isca. Se você for pescar trutas em um córrego da montanha, você deve usar uma mosca em cima da água. Bagres em um lago nadam mais perto do fundo e eles gostam de iscas fedorentas. Carás nadam mais perto da superfície e gostam de minhocas e grilos. Assim como os peixes são diferentes, as pessoas também são. Todas as pessoas precisam do Senhor, mas cada um pensa de maneira diferente. Uma pessoa não será convertida até que perceba que precisa refazer o seu pensamento. Nem todos são convencidos da mesma forma, então aqui estão alguns tipos diferentes de iscas a serem usados, de acordo com a necessidade da pessoa.

• Medo de morrer. A maioria das pessoas tem medo de morrer porque não sabe o que está além do túmulo. Você pode dizer à pessoa que Jesus morreu para que eles tirassem o medo da morte. (Veja Hebreus 2. 14-15)

• Falta de propósito. Muitas pessoas estão perguntando: "Por que estou aqui?" Diga-lhes que Jesus veio para lhes dar uma razão para viver. (Veja João 10.10, 11. 25-26)

• A vida está em crise. Diga-lhes que Jesus pode dar-lhes paz interior, mesmo quando passar por provações. (Veja João 14.27)

• Confuso e precisa de orientação. Diga-lhes que Deus quer guiá-los pela vida (ver João 10.27, 14. 6, 16.13).

• Algo está faltando. Diga-lhes que todos têm um vazio em forma de Deus que somente Jesus pode preencher. (Veja João 10.10).

Não basta por a isca certa no anzol e esperar que as multidões se curvem diante do seu conhecimento. Conhecer a isca é parte. Saber quais as horas boas de pesca também é importante. Não assustar os peixes também. Saber pescar não é conhecer as iscas. Da mesma forma, saber evangelizar não é apenas decorar uma passagem bíblica pra prescrever como se fosse uma receita de bolo ou uma pílula pra tomar.

Conhecer as aguas, os momentos, as ferramentas e esperar no Senhor pelo resultado das pescarias, é receber de Deus o conhecimento para aprender o que motiva as pessoas. Meu pai, Dr. Wadislau Gomes, é um mestre pescador. Embora há muito tempo desde que nós fomos pescar pela última vez. Melhor do que saber pescar, ele aprendeu e ensinou milhares (literalmente) de pessoas a entender o coração e os motivos de muitos homens. Ele eé uma autoridade na docência de Aconselhamento, um grande pastor e um amigo maravilhoso! Sendo ele mesmo mais parecido com Jesus, meu pai é um grande pescador de homens. Feliz Aniversário, papai!